Tinha pensado que hoje estaria contigo, mas de facto, acho que ando um tanto aborrecido, por isso saí contigo só que não eras tu, percebes? Fui passear, e pensei em ti, de como nos tínhamos conhecido, aquilo porque já passamos (não juntos, claro) e senti-me completamente angustiado e triste.
Digo-o com uma certa mágoa pois queria realmente que as coisas entre nós resultassem. Faço a minha avaliação e reparo que no fundo andas comigo apenas por interesse. Aquelas brincadeiras sobre o tamanho em que eu tantas vezes exagerei tiveram em ti um efeito devastador, em que esse olhinhos esbugalhados bebiam cada palavra à medida que as mentiras saíam em descontroladas catadupas e que no fundo alimentavam o meu ego (por falar em Ego aquela capa está realmente deliciosa).
Envolto nos meus pensamentos estava a chegar a casa quando te vejo na porta à minha espera. Ainda me fingi de candeeiro, mas tu não foste nessa e vieste ter comigo.
- Olá amorzinho, estava à tua espera.
- Sim, e!?
- Temos de conversar.
- E tem de ser hoje? é que ainda não dei comida aos peixes e tenho medo que se comam uns aos outros. (sorri eu, só mostrando as gengivas)
- Tu só tens um peixe, e está morto há pelo menos duas semanas (respondeu-me com um arzinho azedo)
- Hum, então está na altura de ir comprar outro, já volto (dando dois passinhos atrás.)
- Põe é o traseiro já aqui ao pé de mim imediatamente. Não vais a lado nenhum sem acabarmos a nossa conversinha (neste momento já estava como que paralisado pelo medo, ou então por aquela mãozinha, das duas uma)
- Mas querida
- Cansei, já todas as minhas amigas tiveram sexo e eu estou com quase 25 anos e nada.
(Uau, receber logo assim uma destas para começo de conversa, comecei logo a sentir tonturas e voltou-me o problema de desequilíbrio do ouvido interno que se faz sentir sempre em situações de grande stress)
- Hum, hum. Sabes eu
- Não quero saber mais, ou temos sexo hoje ou então vou ter com o Quim e tenho a certeza que ele não se importava nada de estrear este corpinho.
(Que sorrisinho mais parvo que tu tens, pensei baixinho. Deu uma voltinha a mostrar os seus atributos e nesse momento tive um momento verdadeiro mágico e quase que o meu coração explodia de tanta felicidade.)
- Bom se é isso que queres (claro que fiz aquela cara que treinei tantas vezes para estas situações em que mostrava um profundo pesar e tristeza, por momentos quase que senti as lágrimas a virem-me aos olhos.)
- Claro que não, meu amor (sacundindo-me para eu ter a certeza que estava a ouvir os disparates que me dizia, mas o único efeito foi deslocar-me as omoplatas).
- Eu queria fazer contigo, mas já passou tanto tempo e eu já estou naquela fase em que já não quero carinho nem beijinhos. Quero SEXO... sinto o meu corpinho a pedir, pedir.
(Neste momento senti o chão a fugir-me dos pés e a aproximar-se de mim)
- E escusas de teres os teus afrontamentos, pois comigo não pega mais, és um homem ou um rato?.
(claro que nenhum homem gosta de ouvir uma desta e disse-lhe num tom seguro).
- Bom, é que aaaaaa, agora que pões essa questão vou dormir sobre o assunto e amanhã digo-te o que é que sou.
- É bem melhor que me digas já. (com cara de quem se preparava para me dar com uma mama que possivelmente me levaria à perca de conhecimento.)
- Bem eu não sou eu nem sou outro, sou qualquer coisa de intermédio: Pilar da ponte do tédio que vai de mim para o Outro."
(Enquanto ela fechou os olhos para perceber o que eu tinha dito desatei a fugir rua abaixo e a dar graças por ter aprendido esta poesia para impressionar as raparigas.)
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