Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2006

A minha namorada - 4º capítulo

(continuação)

Senti-me completamente desamparado em frente ao Mosteiro dos Jerónimos e observei com algum cuidado os pormenores interessantes de toda aquela zona e comecei a sentir que devia dar mais atenção às pequenas coisas da vida como os passarinhos a cantar, toda aquela beleza natural e arquitectural, depressa passou-me e fui comer um pastel de Belém.


Continuava intrigado com os desenvolvimentos desta história e resolvi voltar a Alcântara dentro do velho Mercedes 190D que me transportou.


Quando cheguei encontrei encostado ao meu Mercedes um pequeno homem com um sobretudo da Maconde e umas calcinhas da C&A. Não liguei importância e só esperei que não tivesse raspado a pintura iridium silver do meu carro.


- Sou o Inspector Mendoça da Polícia Judiciária, será que podiamos falar cinco minutinhos - disse enquanto apontava para o Citizen Echo-Drive que trazia no pulso.


- Por acaso até me importo… tenho coisas a fazer e não tenho nem cinco minutos a perder.


- Acho que vai achar a nossa conversa bastante interessante.


Achei aquele tom de voz o ameaçador que baste para anuir a perder algum tempo a ouvir o que queria de mim, que mais estranhas coisas podiam se passar. Já estava por tudo.


- A sala do castelo é deserta e espelhada.


Tenho medo de Mim. Quem sou?? De onde cheguei?...


Aqui, tudo já foi… Em sombra estilizada,


A cor morreu – e até o ar é uma ruína…


Vem de outro tempo a luz que me ilumina -


Um som opaco me dilui em Rei…


- Desculpe, mas acho que não percebi nada.


- Gosto sempre de dizer uma poesia antes de começar uma conversa, assim dou um ar mais culto e sofisticado e as pessoas esquecem que sou polícia.


- Já me conseguiu deprimir.


- Mas vamos ao que interessa.


Finalmente senti que alguém tinha as respostas para as minhas preces. Afinal quem melhor do que a polícia para me esclarecer da situação e de uma vez por todas me aliviar deste fardo ando a carregar.


- Vou ser muito directo. Achamos que você matou esta mulher.


 Mostrou-me uma fotografia de uma mulher que reconheci como a Vanessa deitada sobre uma roupa de cama da Gant.


- Conhece esta mulher?


- Conhecer não conheço, mas tenho a leve impressão que já a vi em algum lado… talvez do Lux, é a que a partir de certa hora todas me parecem iguais.


- Sim, mas esta vejo que reconhece.


- Pois, mas a mim não me parece morta, pode muito bem estar a dormir. Veja como está com um ar descansado.


- Está a duvidar da nossa Polícia Científica, todos eles veêm o C.S.I. sabem muito bem quando uma pessoa está morta, além disso tem uma fuzil Mauser alemão da 2ª Guerra cravado nas costas.


- Sendo assim não há que contestar, mas não fui eu que a matei, era incapaz de matar uma mosca e Deus sabe como muitas merecem.


- Temos um vídeo que prova o contrário. Tira do casco uma Sony DCR-TRV80 onde põe a rodar uma sequência de imagens.


 Olho estupefacto para tudo aquilo e fico sem palavras para descrever o que me senti na altura.


- Então, está convencido?


- Mas… está tudo escuro, não se vê nada de nada.


- Não vê aquela pessoa de bigode a entrar na portaria do Pine Cliffs Resort?


- Mais ou menos.


- Está a dizer que não se reconhece, bem me parecia que se ía fazer de difícil.


- Essa pessoa usa bigode.


- Pois, pois, provavelmente rapou-o ou então tinha um bigode falso. Onde esteve na noite passada. A noite de tão hediondo crime.


- A verdade é que não me lembro.


- Isso é muito conveniente. É a desculpa mais velha que costumamos ouvir. Também não vê a camisola branca da Guess que se vê nas filmagens.


- Qualquer pessoa pode ter uma camisola branca.


- Assim tão apertada?… julgo que não.


- No fundo tudo o que têm contra mim é apenas a filmagem de uma pessoa de bigode e camisola branca a entrar no hotel? Que grandes provas.


- Calma… guardei o melhor para o fim. A empregada que descobriu o corpo sentiu um cheiro a Santos da Cartier. Também me vai dizer que não usa este perfume?


- Bem… pondo nestes termos… é um facto que uso… mas provavelmente outras pessoas também o usarão. Mas como é que vieram até mim?


- Foi fácil, seguimos o rasto da mala…


- A mala…


(continua)

publicado por gifted_children às 13:49
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Segunda-feira, 2 de Janeiro de 2006

Bom Ano

É verdade... espero que todos os que ainda vão aparecendo e a todos aqueles que me conhecem "pessoalmente" que tenham passado um óptimo Natal e um excelente ano novo. Ainda bem que vão aparecendo que eu também vou aparecer assim que ler o que já escrevi e que não faço ideia do que seja. Agradecendo a todos e desejando a continuação de ano feliz, com muita paz, amor etc. etc., ou seja tudo o que uma Miss Universo diz muito melhor que eu.


Beijinhos e Abraço e um até já

publicado por gifted_children às 14:46
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