Quarta-feira, 27 de Julho de 2005

A minha namorada - 2º Capítulo

(continuação)


“Por momentos fingi ignorar todo este estranho acontecimento que acabara de presenciar. Guardei a mala ao lado da cadeira indeciso entre o que fazer. A minha curiosidade em remexer na mala e a educação de não tocar naquilo que não me pertence dominou os meus pensamentos durante breves segundos. O tempo de outra personagem feminina vir directamente ter comigo. Vinha com um ar muito mais casual o que se percebia pelos jeans Calvin klein e pelos óculos de sol Alexander McQueen que lhe seguravam o cabelo.


Aproximou-se de mim e perguntou-me num tom seco.


- A Samanta esteve aqui?


Então Samanta era o nome dela. Um nome um pouco fora do comum. Porque razão viria ter comigo quando havia mais gente na sala?


- Sim, esteve aqui uma pessoa… mas foi mais depressa que uma encomenda expedida pela FedEx.


- Deixou alguma coisa para mim?


Estranhei a pergunta. Reparei que lhe caía uma pequena gota de suor no pendente Bvlgari de ouro e prata que lhe enfeitava o colo. Notava-se que estava bastante agitada mas mantive-me calmo enquanto ajeitava a gravata Hermés que já me começava a apertar o pescoço. Apesar de tentar parecer calmo tudo aquilo já estava a mexer com o meu sistema nervoso. Já tudo me parecia tão apertado que consegui arrancar o meu botão de punho S. T. Dupont com a pressa de arregaçar as mangas. Ela continuava estática à espera de respostas que eu não lhe podia ou não queria dar.


- Não te queres sentar e beber uma Harrogate Spa, vais sentir-te mais calma, respira um pouco.


- Não tenho tempo. Tenho de a encontrar, tenho medo que aconteça alguma coisa.


- O que é que pode acontecer com… como disseste que se chamava?


- Samanta.


- Isso… o que lhe pode acontecer de tão terrível?


- Não irias perceber. Tal como não percebes a diferença entre Manet e Monet.


- ?... Têm uma letra diferente no nome!!!


- Eu sabia, é melhor procurá-la sozinha.


- Deixa-me ajudar-te… a verdade é que estou meio aborrecido.


- Então anda depressa.


Saímos depressa em direcção ao Aston Martin V12 Vanquish S e arrancou tão depressa que os Yokohama AVS Sport guincharam e produziram o cheiro a borracha queimada que me agoniou. Conduzia que nem uma louca pelas ruas de Lisboa a uma velocidade vertiginosa. Segurou-me na mão e não deixei de reparar no anel de diamantes de corte Lucida da Tiffany & Co com design de Elsa Peretti o que me impressionou bastante já que não era de todo comum ver uma pessoa com uma jóia tão preciosa quanto aquela.


- Sabes… afinal esta coisas de aventuras não é bem o meu estilo, até sou daqueles que acham que em vez de o Alien vs Predator deveriam ter feito o Kit vs Herbie, era bem menos medonho.


- Agora é tarde demais, já estás metido nisto, e agora vais até ao fim.


- Estou metido no quê? Se ao menos me explicasses. É que não sou nada do tipo daquele herói do Lusomundo Action. Não sei artes marciais e tenho medo de galinhas, só para veres como sou cobarde.


- Se ao menos eu tivesse encontrado a mala… acho que tudo se resolveria.


A mala?! Esqueci-me completamente da mala quando saímos à pressa. Que segredos estavam guardados na mala?


(continua)

publicado por gifted_children às 14:55
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Sexta-feira, 22 de Julho de 2005

A minha namorada - história 1º capítulo

Agora que eu estava de uma vez por todas a tentar reconquistar a minha querida ex-namorada tinha que fazer algumas alterações na minha vida. No mínimo não fazer aquela triste figura de me fingir surpreendido e clamar que me roubaram a carteira quando não tinha dinheiro para pagar a conta.


Por isso pensei em escrever um livro já que hoje em dia apercebi-me de quanto se ganha dinheiro a escrever. Comecei a escrever o meu primeiro título esperando ter tanto sucesso como o Harry Potter que é um rapaz que escreve umas histórias muito engraçadas apesar de ser muito novo e usar lentes graduadas. E assim comecei


 


“Acordei e olhei para o meu relógio Sony ICF-C713 e reparei que já passava das duas da tarde. Ajeitei as minhas cuecas Throttleman e fui directo à casa de banho. Enquanto abria a torneira Roca e molhava a cara veio-me ao pensamento o que teria feito. Que dia era hoje? Não tinha lembranças dos últimos dias, e digo últimos dias pois nem com a minha Wilkinson Sword Quattro conseguia fazer a barba decentemente por mais que lhe juntasse Gillette Complete Skin Care. Tentava avivar a memória deitando-me na minha banheira de hidromassagem Zenit Relax, da System-Pool Porcelanosa com jactos de água e ar, e enquanto me corriam pelo rosto os suaves pingos da água do SMAS com uma esponja de banho pré-ensaboadas da D-mail recordava-me dos últimos momentos que tive consciência.


 Recordo-me de ter ido jantar à Bica do Sapato e ter entrado no meu Mercedes SLK 200 Kompressor e passar por diversos sítios que de tanto cheios que estavam tive de aumentar o volume da aparalhagem Pioneer DEH-P1600R com 4x45W. Soube-me bem ouvir musica ao som da batida do meu subwoofer Sony XS-L121P5. O ar fresco invadia-me o rosto e permitia que não sentisse o cheiro a baunilha do Ambi Pur que me enjoava sobremaneira.


Estacionei e vi que no meu Ómega Constellation Double Eagle Chronometer marcavam 20.00h em ponto, era uma boa hora para uma refeição. Sendo um cliente habitual levaram-me à mesma mesa que sempre costumo comer.


Enquanto discretamente e como era ritual bebia o meu Bacardi aproximou-se de mim uma mulher deslumbrantemente vestida com um vestido Emanuel Ungaro.


- Posso-me sentar consigo? É que a pessoa que eu esperava ficou retida numa exposição na Galeria Pedro Serrenho e detesto comer sozinha. Não está à espera de ninguém?


Não que já não estivesse habituado a que viessem ter comigo, até porque a passagem pela Corporatión Dermoestética tinha-me acentuado o meu charme natural, mas nunca alguém como esta mulher que salientava no rosto algo que eu reconhecia com uma base de maquilhagem da Helena Rubinstein. Via-se que era uma mulher que sabia o que queria. Apesar de gostar de comer sozinho desfrutando todos os prazeres que a solidão pode oferecer a um homem, anui com a cabeça. Ela sentou-se e senti um cheiro suave de Allure da Chanel.


Não disse palavra durante palavra durante algum tempo mas a visão da beleza dela faziam os meus talheres Cutipol baterem nos pratos da Spal produzindo um som que a mim pareciam os carrilhões de Mafra.


Toca o telefone, nervosamente tira o Nokia 7270 e fala num tom monocórdico do qual não percebi uma palavra. Levanta-se de repente, pede desculpa por afinal não poder ficar a jantar e sai apressadamente ficando eu a olhar para o copo de champagne Laurent Perrier Rose que continuava a borbulhar-lhe no copo. Senti-me confuso e mais confuso fiquei quando reparo que tinha deixado a mala Prada pendurada na cadeira. Não querendo parecer indiscreto preparava-me para agarrar na mala e dá-la ao empregado quando olho e vejo uma reluzente Smith & Wesson .38 S&W Special +P. O que faria uma mulher com uma arma destas?"


(continua)

publicado por gifted_children às 14:26
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