Hello Joana
Finalmente voltei, e como já não venho aqui há meses, sempre posso a partir de agora a escrever o que me apetecer sem pensar em histórias.
Que bom, estou muito contente comigo.
Senti-me completamente desamparado em frente ao Mosteiro dos Jerónimos e observei com algum cuidado os pormenores interessantes de toda aquela zona e comecei a sentir que devia dar mais atenção às pequenas coisas da vida como os passarinhos a cantar, toda aquela beleza natural e arquitectural, depressa passou-me e fui comer um pastel de Belém.
Continuava intrigado com os desenvolvimentos desta história e resolvi voltar a Alcântara dentro do velho Mercedes 190D que me transportou.
Quando cheguei encontrei encostado ao meu Mercedes um pequeno homem com um sobretudo da Maconde e umas calcinhas da C&A. Não liguei importância e só esperei que não tivesse raspado a pintura iridium silver do meu carro.
- Sou o Inspector Mendoça da Polícia Judiciária, será que podiamos falar cinco minutinhos - disse enquanto apontava para o Citizen Echo-Drive que trazia no pulso.
- Por acaso até me importo tenho coisas a fazer e não tenho nem cinco minutos a perder.
- Acho que vai achar a nossa conversa bastante interessante.
Achei aquele tom de voz o ameaçador que baste para anuir a perder algum tempo a ouvir o que queria de mim, que mais estranhas coisas podiam se passar. Já estava por tudo.
- A sala do castelo é deserta e espelhada.
Tenho medo de Mim. Quem sou?? De onde cheguei?...
Aqui, tudo já foi Em sombra estilizada,
A cor morreu e até o ar é uma ruína
Vem de outro tempo a luz que me ilumina -
Um som opaco me dilui em Rei
- Desculpe, mas acho que não percebi nada.
- Gosto sempre de dizer uma poesia antes de começar uma conversa, assim dou um ar mais culto e sofisticado e as pessoas esquecem que sou polícia.
- Já me conseguiu deprimir.
- Mas vamos ao que interessa.
Finalmente senti que alguém tinha as respostas para as minhas preces. Afinal quem melhor do que a polícia para me esclarecer da situação e de uma vez por todas me aliviar deste fardo ando a carregar.
- Vou ser muito directo. Achamos que você matou esta mulher.
Mostrou-me uma fotografia de uma mulher que reconheci como a Vanessa deitada sobre uma roupa de cama da Gant.
- Conhece esta mulher?
- Conhecer não conheço, mas tenho a leve impressão que já a vi em algum lado talvez do Lux, é a que a partir de certa hora todas me parecem iguais.
- Sim, mas esta vejo que reconhece.
- Pois, mas a mim não me parece morta, pode muito bem estar a dormir. Veja como está com um ar descansado.
- Está a duvidar da nossa Polícia Científica, todos eles veêm o C.S.I. sabem muito bem quando uma pessoa está morta, além disso tem uma fuzil Mauser alemão da 2ª Guerra cravado nas costas.
- Sendo assim não há que contestar, mas não fui eu que a matei, era incapaz de matar uma mosca e Deus sabe como muitas merecem.
- Temos um vídeo que prova o contrário. Tira do casco uma Sony DCR-TRV80 onde põe a rodar uma sequência de imagens.
Olho estupefacto para tudo aquilo e fico sem palavras para descrever o que me senti na altura.
- Então, está convencido?
- Mas está tudo escuro, não se vê nada de nada.
- Não vê aquela pessoa de bigode a entrar na portaria do Pine Cliffs Resort?
- Mais ou menos.
- Está a dizer que não se reconhece, bem me parecia que se ía fazer de difícil.
- Essa pessoa usa bigode.
- Pois, pois, provavelmente rapou-o ou então tinha um bigode falso. Onde esteve na noite passada. A noite de tão hediondo crime.
- A verdade é que não me lembro.
- Isso é muito conveniente. É a desculpa mais velha que costumamos ouvir. Também não vê a camisola branca da Guess que se vê nas filmagens.
- Qualquer pessoa pode ter uma camisola branca.
- Assim tão apertada? julgo que não.
- No fundo tudo o que têm contra mim é apenas a filmagem de uma pessoa de bigode e camisola branca a entrar no hotel? Que grandes provas.
- Calma guardei o melhor para o fim. A empregada que descobriu o corpo sentiu um cheiro a Santos da Cartier. Também me vai dizer que não usa este perfume?
- Bem pondo nestes termos é um facto que uso mas provavelmente outras pessoas também o usarão. Mas como é que vieram até mim?
- Foi fácil, seguimos o rasto da mala
- A mala
(continua)
É verdade... espero que todos os que ainda vão aparecendo e a todos aqueles que me conhecem "pessoalmente" que tenham passado um óptimo Natal e um excelente ano novo. Ainda bem que vão aparecendo que eu também vou aparecer assim que ler o que já escrevi e que não faço ideia do que seja. Agradecendo a todos e desejando a continuação de ano feliz, com muita paz, amor etc. etc., ou seja tudo o que uma Miss Universo diz muito melhor que eu.
Beijinhos e Abraço e um até já
Meus Amigos e minhas Amigas.
A verdade é que contava prosseguir a minha história que acho eu, me arranjaria um bom dinheiro de qualquer sponsor. Eu pelo menos tenho tentado. Este mês sendo o habitual mezito de férias também eu, é verdade, tenho direito a elas. Como para onde vou não tenho possibilidades nem paciência para escrever vou só voltar no fim de Agosto, assim mantêm-se o suspense durante mais algum tempo.
Agradeço a todos sem excepção os que me têm visitado ao longo deste tempo todo, alguns mesmo desde o princípio, principalmente aqueles que sempre vão comentando e sempre me incentivam a escrever aquela coisa.
Aproveito para desejar boas férias a todos os que ainda as vão ter, que tenham sido boas os que as já tiveram e lamentar por quem as não tem.
Beijinhos e abraços
(continuação)
Por momentos fingi ignorar todo este estranho acontecimento que acabara de presenciar. Guardei a mala ao lado da cadeira indeciso entre o que fazer. A minha curiosidade em remexer na mala e a educação de não tocar naquilo que não me pertence dominou os meus pensamentos durante breves segundos. O tempo de outra personagem feminina vir directamente ter comigo. Vinha com um ar muito mais casual o que se percebia pelos jeans Calvin klein e pelos óculos de sol Alexander McQueen que lhe seguravam o cabelo.
Aproximou-se de mim e perguntou-me num tom seco.
- A Samanta esteve aqui?
Então Samanta era o nome dela. Um nome um pouco fora do comum. Porque razão viria ter comigo quando havia mais gente na sala?
- Sim, esteve aqui uma pessoa mas foi mais depressa que uma encomenda expedida pela FedEx.
- Deixou alguma coisa para mim?
Estranhei a pergunta. Reparei que lhe caía uma pequena gota de suor no pendente Bvlgari de ouro e prata que lhe enfeitava o colo. Notava-se que estava bastante agitada mas mantive-me calmo enquanto ajeitava a gravata Hermés que já me começava a apertar o pescoço. Apesar de tentar parecer calmo tudo aquilo já estava a mexer com o meu sistema nervoso. Já tudo me parecia tão apertado que consegui arrancar o meu botão de punho S. T. Dupont com a pressa de arregaçar as mangas. Ela continuava estática à espera de respostas que eu não lhe podia ou não queria dar.
- Não te queres sentar e beber uma Harrogate Spa, vais sentir-te mais calma, respira um pouco.
- Não tenho tempo. Tenho de a encontrar, tenho medo que aconteça alguma coisa.
- O que é que pode acontecer com como disseste que se chamava?
- Samanta.
- Isso o que lhe pode acontecer de tão terrível?
- Não irias perceber. Tal como não percebes a diferença entre Manet e Monet.
- ?... Têm uma letra diferente no nome!!!
- Eu sabia, é melhor procurá-la sozinha.
- Deixa-me ajudar-te a verdade é que estou meio aborrecido.
- Então anda depressa.
Saímos depressa em direcção ao Aston Martin V12 Vanquish S e arrancou tão depressa que os Yokohama AVS Sport guincharam e produziram o cheiro a borracha queimada que me agoniou. Conduzia que nem uma louca pelas ruas de Lisboa a uma velocidade vertiginosa. Segurou-me na mão e não deixei de reparar no anel de diamantes de corte Lucida da Tiffany & Co com design de Elsa Peretti o que me impressionou bastante já que não era de todo comum ver uma pessoa com uma jóia tão preciosa quanto aquela.
- Sabes afinal esta coisas de aventuras não é bem o meu estilo, até sou daqueles que acham que em vez de o Alien vs Predator deveriam ter feito o Kit vs Herbie, era bem menos medonho.
- Agora é tarde demais, já estás metido nisto, e agora vais até ao fim.
- Estou metido no quê? Se ao menos me explicasses. É que não sou nada do tipo daquele herói do Lusomundo Action. Não sei artes marciais e tenho medo de galinhas, só para veres como sou cobarde.
- Se ao menos eu tivesse encontrado a mala acho que tudo se resolveria.
A mala?! Esqueci-me completamente da mala quando saímos à pressa. Que segredos estavam guardados na mala?
(continua)
Agora que eu estava de uma vez por todas a tentar reconquistar a minha querida ex-namorada tinha que fazer algumas alterações na minha vida. No mínimo não fazer aquela triste figura de me fingir surpreendido e clamar que me roubaram a carteira quando não tinha dinheiro para pagar a conta.
Por isso pensei em escrever um livro já que hoje em dia apercebi-me de quanto se ganha dinheiro a escrever. Comecei a escrever o meu primeiro título esperando ter tanto sucesso como o Harry Potter que é um rapaz que escreve umas histórias muito engraçadas apesar de ser muito novo e usar lentes graduadas. E assim comecei
Acordei e olhei para o meu relógio Sony ICF-C713 e reparei que já passava das duas da tarde. Ajeitei as minhas cuecas Throttleman e fui directo à casa de banho. Enquanto abria a torneira Roca e molhava a cara veio-me ao pensamento o que teria feito. Que dia era hoje? Não tinha lembranças dos últimos dias, e digo últimos dias pois nem com a minha Wilkinson Sword Quattro conseguia fazer a barba decentemente por mais que lhe juntasse Gillette Complete Skin Care. Tentava avivar a memória deitando-me na minha banheira de hidromassagem Zenit Relax, da System-Pool Porcelanosa com jactos de água e ar, e enquanto me corriam pelo rosto os suaves pingos da água do SMAS com uma esponja de banho pré-ensaboadas da D-mail recordava-me dos últimos momentos que tive consciência.
Recordo-me de ter ido jantar à Bica do Sapato e ter entrado no meu Mercedes SLK 200 Kompressor e passar por diversos sítios que de tanto cheios que estavam tive de aumentar o volume da aparalhagem Pioneer DEH-P1600R com 4x45W. Soube-me bem ouvir musica ao som da batida do meu subwoofer Sony XS-L121P5. O ar fresco invadia-me o rosto e permitia que não sentisse o cheiro a baunilha do Ambi Pur que me enjoava sobremaneira.
Estacionei e vi que no meu Ómega Constellation Double Eagle Chronometer marcavam 20.00h em ponto, era uma boa hora para uma refeição. Sendo um cliente habitual levaram-me à mesma mesa que sempre costumo comer.
Enquanto discretamente e como era ritual bebia o meu Bacardi aproximou-se de mim uma mulher deslumbrantemente vestida com um vestido Emanuel Ungaro.
- Posso-me sentar consigo? É que a pessoa que eu esperava ficou retida numa exposição na Galeria Pedro Serrenho e detesto comer sozinha. Não está à espera de ninguém?
Não que já não estivesse habituado a que viessem ter comigo, até porque a passagem pela Corporatión Dermoestética tinha-me acentuado o meu charme natural, mas nunca alguém como esta mulher que salientava no rosto algo que eu reconhecia com uma base de maquilhagem da Helena Rubinstein. Via-se que era uma mulher que sabia o que queria. Apesar de gostar de comer sozinho desfrutando todos os prazeres que a solidão pode oferecer a um homem, anui com a cabeça. Ela sentou-se e senti um cheiro suave de Allure da Chanel.
Não disse palavra durante palavra durante algum tempo mas a visão da beleza dela faziam os meus talheres Cutipol baterem nos pratos da Spal produzindo um som que a mim pareciam os carrilhões de Mafra.
Toca o telefone, nervosamente tira o Nokia 7270 e fala num tom monocórdico do qual não percebi uma palavra. Levanta-se de repente, pede desculpa por afinal não poder ficar a jantar e sai apressadamente ficando eu a olhar para o copo de champagne Laurent Perrier Rose que continuava a borbulhar-lhe no copo. Senti-me confuso e mais confuso fiquei quando reparo que tinha deixado a mala Prada pendurada na cadeira. Não querendo parecer indiscreto preparava-me para agarrar na mala e dá-la ao empregado quando olho e vejo uma reluzente Smith & Wesson .38 S&W Special +P. O que faria uma mulher com uma arma destas?"
(continua)
(continuação)
Isto de sair com uma ex-namorada recente deu-me uma alegria tão grande que não me lembrava desde que descobri que já faziam queijo fatiado. Julguei-me demasiado frívolo por pensar que só sairia com ela por ela agora estar muito jeitosa, isso faria de mim uma pessoa verdadeiramente superficial, mas como este pensamento já me ocorreu tantas vezes que resolvi não ligar e continuei a comer pevides.
Mas que se deveria esta mudança da minha querida ex-namorada? Fiquei sempre com a ideia de que ela estaria magoada comigo, mas mesmo assim aceitou o meu convite para jantar.
Podia desconfiar de qualquer tipo de vingança mesquinha em que as mulheres são famosas, e até podia ter desconfiado quando fomos a um restaurante chinês em que os empregados eram todos noruegueses. Não liguei até porque faziam um bacalhau com batata espectacular.
Agora que estava toda gira pavoneava-se pelo restaurante e até fez um grupo de morenos islandeses carecas cantarem o fado à desgarrada.
- Estás muito diferente, mas sinceramente nunca pensei que aceitasses o meu convite.
- Não vejo porquê. Claro que fiquei chateada quando não quiseste casar comigo, mas isso deu-me força para mudar.
- Sempre fico contente por ter contribuído para o teu bem-estar.
- Bem-estar? Desde que comecei a dieta tenho desmaios constantes, quebras de tensão, dores de cabeça, vertigens, ataxia, perturbações visuais, perturbações gastrointestinais, náuseas, disfagia, vómitos, lentidão psicomotora, tomo anti-depressivos e 3 tipos de ansíoliticos. Perdi a vontade de ter sexo e a minha cabeça gira 360º na vertical.
- Pois, um pequeno preço a pagar pela beleza mas fora isso está tudo bem?
- Sim, só que às vezes tenho perca de memória e uma vez vivi numa casa durante três meses que quando recuperei a memória as pessoas já não me queriam deixar sair, pois consideravam-me filha e já me tinham posto a trabalhar num posto da Galp.
- Pois, parece que a tua vida ficou mais complicada.
- O quê?
- Parece que a tua vida ficou mais complicada, disse eu.
- Desculpa, mas é que a dieta fez-me perder a audição no ouvido esquerdo e só consigo ouvir bem quando estou de costas para as pessoas.
- Não achas que exageraste nesta tua luta para ficares magrinha?
- Acho que não, apesar de só ver a preto e branco e ser alimentada por um tubo sinto-me muito bem. As pessoas já não me expulsam dos autocarros, nem faço o metropolitano andar a 10 à hora.
- Mas e a tua saúde?
- Ah, já me habituei, só não posso ficar sentada mais de meia hora que me começam a crescer pêlos nas axilas.
- Quer dizer que estás feliz tu e o Quim estão a pensar em casar e começar uma vidinha a dois, tal como nós planeamos.
- Não sei, agora acho-o meio sem graça, aquelas tentativas de implante de cabelo começam-me a irritar e apetece-me fazer coisas novas, ter tempo para mim, sempre quis fazer criação de porquinhos-da-índia e acho que neste momento é a minha prioridade, ou então fazer ginástica acrobática.
- Fico feliz por estares a realizar os teus sonhos, quaisquer que eles sejam.
- E tu? Estás feliz?
- Parafraseando o Benjamin Senhor dai-me forças para eu mudar o que posso mudar e forças maiores para que eu possa aceitar o que eu não posso mudar.
- Isso é muito profundo, estás muito mais sensível.
- É verdade, a idade amadureceu-me e não sou mais aquele que conheceste e que o maior feito era apanhar pulgas-do-mar com uns pauzinhos chineses. Desde que me deixei disso o Karate Kid nunca mais foi o meu filme favorito, apesar de ter sonhos em que me vejo a ser perseguido pelo Mr. Miyagi com uma faca na mão em que ele me quer transformar em sushi. Nesses dias não consigo comer nada que comece com a letraP.
- É bom estar contigo outra vez.
- Também acho, posso-te beijar pelos velhos tempos.
- Claro.
- E abraçar?
- Também podes.
- Já agora não te importas que eu coma as entradas sozinho, estou com uma fominha.
- Claro, deixa-me só uns caroços de azeitona para eu roer.
- Ai, ai.
- Ai, ai.
. A minha namorada - 4º cap...
. Bom Ano
. Meus Amigos e Minhas Amig...
. A minha namorada - 3º cap...
. A minha namorada - 2º Cap...
. A minha namorada - histór...